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Foi de uma hora para a outra. “De repente, eu estava andando na rua e vinha aquela vontade de usar o toalete”, conta a aposentada Liliana Rizzi Coelho. Com a secretária Deise Barsotti, a vontade veio durante o exercício na academia. “Comecei a fazer exercício de impacto, pular e percebi que comecei a perder um pouco de urina”.
Elas descobriram que estavam com incontinência urinária. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária atinge 35% das mulheres com mais de 40 anos, após a menopausa e em 40% das gestantes. Cerca de 5% da população (homens e mulheres) sofre de incontinência.
Perder urina não é normal, mesmo que seja um pouquinho.
No caso da Liliana, tudo começou aos 50 anos por causa da bexiga hiperativa, quando dá vontade de fazer xixi do nada. Já a incontinência da Deise apareceu muito cedo, antes dos 50 anos. E os sintomas surgiram depois de uma infecção.
A Deise fez sessões de laser para deixar a musculatura da vagina mais forte. Melhorou, mas de uns meses para cá, ela sentiu que o problema está voltando. Já a Liliana se livrou de vez com remédios.
A incontinência causa prejuízo na qualidade de vida das pessoas, pois afeta o convívio social, profissional, sexualidade e saúde. Na mulher adulta, a incontinência urinária de esforço é a principal causa, tendo como fatores de risco: tosse crônica, obesidade, gravidez, cirurgias pélvicas. O simples fato de espirrar, tossir, correr, rir, pular ou levantar peso pode intensificar o distúrbio.
Os tipos de incontinência mais comuns são:
De esforço: ocorre frequentemente em pessoa que teve algum tipo de lesão do esfíncter da uretra ou que tem prolapso de bexiga. Isso significa que ela terá perda de urina ao espirrar, tossir, rir, levantar algo, subir escada, fazer atividade física. Os tratamentos começam com técnicas comportamentais e fisioterapia.
De urgência ou bexiga hiperativa: é um desejo de urinar que é tão forte que a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo. A síndrome da bexiga hiperativa é a principal causa dessa incontinência. O tratamento também começa com terapia comportamental e fisioterapia. Também há a opção de uso de toxina botulínica e um implante de neuromodulador.
Mista: ocorre quando o paciente tem os dois tipos ao mesmo tempo.
Algumas mudanças de hábitos no estilo de vida podem ajudar a prevenir a perda de urina. Isso inclui o controle de ingestão de líquidos, programação para urinar, treinamento da bexiga e programação de intervalo de micções, perda de peso, parar de fumar, controlar hipertensão e diabetes. O tratamento pode ser feito através de fisioterapia, cones vaginais, estimulação elétrica, cirurgia ou toxina botulínica.